Goiânia tem o 23º melhor ambiente de negócios do país, segundo levantamento da Urban Systems. A cidade avançou nove casas em relação à pesquisa de 2018, ano em figurou na 32ª posição do ranking nacional que mensura o potencial de desenvolvimento das cidades a partir de análises sobre desenvolvimento socioeconômico, infraestrutura e capital humano. O desempenho de Goiânia é o melhor do Estado e o terceiro do Centro-Oeste brasileiro, atrás apenas de Cuiabá (MT) e Brasília (DF). A pesquisa Melhores Cidades para Fazer Negócios é o assunto principal da revista Exame deste mês.

A melhora no desempenho nacional de Goiânia foi puxada pela avaliação do fator Infraestrutura. O índice de atendimento urbano de água, a pavimentação, a conectividade aeroportuária, linhas rodoviárias, energia elétrica e as conexões de banda larga garantiram à Goiânia a quinta melhor posição no ranking nacional. Estão à frente apenas São Paulo, Campinas, Guarulhos (SP) e Brasília (DF). É o melhor resultado do Estado e o segundo do Centro-Oeste. Até 2018, Goiânia ocupava o oitavo lugar no ranking Infraestrutura. Evoluiu três pontos em apenas um ano. E os dados da pesquisa ainda nem refletem o atual cenário.

Os investimentos feitos pela Prefeitura de Goiânia dispararam no segundo quadrimestre de 2019. A alta atinge a marca de 83,60% na comparação com o mesmo período do ano passado. Até agosto, os recursos destinados para obras, custeio de projetos e aquisições de bens e serviços ultrapassaram R$ 79,8 milhões. O aumento é reflexo direto das obras em curso na Capital. Apenas este mês o prefeito lançou, por exemplo, a pavimentação asfáltica do Park Solar, Shangri-lá, residenciais Paulo Pacheco I e II; o prolongamento da Marginal Botafogo; a construção da ponte da Vila Alpes e, entre outras, dos viadutos da BR-153 e da Jamel Cecílio. “Colocamos a máquina em ordem e agora é obra a cada dia, a cada hora, assim vamos atendendo aos clamores da população. Reformando e construindo praças, pavimentando 31 bairros que surgiram depois que eu deixei a prefeitura. Vamos deixar Goiânia, como eu disse na campanha, uma cidade gostosa e bonita”, prospecta o prefeito de Goiânia, Iris Rezende. Ao todo, a Prefeitura de Goiânia planeja investir cerca de R$ 1,4 bilhão até o final de 2020. No país, o pior desempenho em infraestrutura é o de Carapicuíba (SP).

Também contribuiu para o resultado positivo o recorte Desenvolvimento Social. A cidade deixou a 81ª posição no ano passado e alcançou o 76º lugar em 2019. É a terceira melhor posição de Goiás e a quarta da região Centro-Oeste. Esse indicador mede o reflexo do desenvolvimento de negócios na cidade sobre a população local por meio dos indicadores sociodemográficos Educação, Saúde e Segurança. As avaliações abarcam o crescimento da renda média trabalhadores, o Índice de Desenvolvimento Humano Municipal (IDHM), a esperança de vida ao nascer, taxa de alfabetizados,índice de coleta e tratamento de esgoto, entre outros. No topo do ranking nacional está Valinhos (SP). No final está Atibaia, também em São Paulo.

Além dos indicadores Infraestrutura e Desenvolvimento Social, frente ao ano passado Goiânia ainda progrediu no quesito Capital Humano, que tem como base análises sociodemográficas, econômicas, educacionais e cenário futuro. Até 2018, os investimentos em educação por habitante, o crescimento dos empregos formais, os anos de estudo, entre outros indicadores, deram à Goiânia o 22º melhor cenário do país. Este ano, no entanto, a cidade alcançou 21ª posição. Neste item, a cidade tem o melhor resultado de Goiás e o terceiro da região Centro-Oeste. No Brasil, a primeira colocada é a cidade de Vitória (ES). A pior é Catanduva (SP).

Mais avanço
Dos quatro recortes que subsidiam o estudo – Desenvolvimento Econômico, Capital Humano, Desenvolvimento Social e Infraestrutura – a edição 2019 do Ranking das Melhores Cidades para Fazer Negócios ainda não retrata os avanços de Goiânia apenas no fator Desenvolvimento Econômico. Isso porque, fontes utilizadas para composição do indicador abarcam períodos anteriores ao equilíbrio fiscal de Goiânia. São exemplos disso, o crescimento do Produto Interno Bruto e o PIB per capita, ambos referentes à 2016; a diversidade econômica, o crescimento empresarial e de empregos, a renda média dos trabalhadores formais, a População Economicamente Ativa (PEA) e o Índice Firjan de Gestão Fiscal que têm como base o ano de 2017; a Dívida Consolidada Líquida (DCL), Receita Corrente Líquida (RCL) e o crescimento da frota de Automóveis são relativos à 2018. Apenas dois dos indicadores econômicos dizem respeito a 2019, os depósitos em poupança e o financiamento. Como efeito da utilização de bases de dados não atualizadas, Goiânia aparece na 87ª posição do ranking que avalia a melhora dos indicadores quantitativos da economia acompanhado de avanços no bem-estar geral da população.

O Ranking das Melhores Cidades para Fazer Negócios é calculado através de uma metodologia de análise estatística chamada Índice de Qualidade Mercadológica. (IQM), cujo objetivo é servir como parâmetro para a qualificação de um determinado mercado. Na listagem Geral, que considerou Goiânia como o 23º melhor ambiente de negócios do país,a Capital de Goiás tem IQM 11.255. Apesar da pontuação máxima chegar a 26, a líder no ranking nacional, São Caetano do Sul (SP) tem IQM 13.178. Brasília, a melhor da região Centro-Oeste tem IQM 11.364.

Nos quesitos Desenvolvimento Econômico, Capital Humano, Desenvolvimento Social e Infraestrutura Goiânia tem, respectivamente, IQM 5.279, 4.150, 3.632 e 3.967. O estudo da Urban System analisa 317 municípios e lista os que têm mais de 100 mil habitantes porque representam 70% do Produto Interno Bruto (PIB), detém 62% das empresas, geram 72% dos empregos formais e abrigam 57% da população.

Giselle Vanessa Carvalho, da editoria de Finanças
Foto: Paulo José